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Carros de luxo para vender pamonha? BMW X1 e Jeep Renegade são usados por autônomos e lucro dispara
Thruarlley Marttins - 2021-01-22 15:34:52
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Trabalhadores que utilizam carros para comercializar alimentos contam como se adaptaram e se mantiveram durante a crise do novo coronavírus.

 

Água sanitária, ovo, sorvete, doce e a tradicional pamonha. Não são poucos os paulistanos que já compraram diferentes produtos espremidos nos porta-malas dos mais diversos veículos, sempre acompanhados de uma trilha sonora chamativa (e, para alguns, irritante) para atrair todo o tipo de clientela.

 

Não há dados sobre o número de vendedores que têm no automóvel um meio essencial para sua fonte de renda, mas muitos foram afetados, de diferentes maneiras, pela pandemia da Covid-19.

 

Entre todos os quitutes saborosos que o milho pode se tornar está a pamonha, aquela que, mesmo escondida na própria palha, é conhecida por todo o Brasil. O nome vem do termo em tupi ‘pa’muña’, que significa algo pegajoso. Por coincidência, a vinheta das Pamonhas Arujá é tão chiclete quanto a etimologia do doce — é possível que a voz de Miguel Pereira permaneça ecoando nas mentes por um bom tempo.

 

 

“A voz do meu pai é muito conhecida porque está no dia a dia das pessoas”, afirma Henrique Pereira, 38, o filho mais velho de Miguel, dono do comércio ambulante de pamonhas e derivados de milho. Desde 1980, quando Miguel iniciou a confecção do produto em Arujá e depois em Guarulhos, ambas na Grande São Paulo, a comercialização é feita sobre quatro rodas.

A empresa começou com um caminhão Chevrolet 1951. Nos anos seguintes, outros modelos tomaram a cena — Volkswagen VariantFuscaKombi —, mas o vozeirão por trás permaneceu o mesmo: “Eu comecei andando pela cidade falando no microfone, mas naquele tempo não era gravação, não tinha essa ‘modernagem’ (sic) de hoje”, relembra o pai.

 

 

De seus nove filhos, sete trabalham em sua empresa. “Quando era pequeno, me zoavam na escola, falavam ‘olha o pamonha, olha o filho do pamonheiro’. Eu ficava chateado, mas hoje tenho muito orgulho do que meu pai construiu”, conta Henrique, que tem o negócio como sua única fonte de renda.

 

Esse, aliás, era um dos grandes sonhos do vendedor de 70 anos, que afirma que sempre desejou que o trabalho fosse difundido entre as próximas gerações: “Eles [os filhos] falam que eu ensinei algo que não tem dinheiro que pague. Poderia deixar a herança que fosse, mas a maior é saber fazer o trabalho”.

 

O produto criado por Miguel não ficou conhecido só nas ruas, mas também surfou pela internet. Em vídeo de 2018, um grupo de pessoas se mostra perplexo ao avistar um BMW X1 anunciando as Pamonhas Arujá em Moema, bairro nobre de São Paulo. “A visão é a de que o ambulante não tem acesso a outros carros que não sejam antigos”, comenta Henrique, que há cerca de três anos decidiu apostar em uma Chevrolet Spin 2015 para realizar o ofício.

 

 

Miguel notou os benefícios que automóveis mais novos poderiam trazer: “Quando trabalhávamos só com os carros mais antigos, as vendas iam bem, mas não tinham o potencial de hoje. O marketing foi inesperado, comecei a ter noção de como poderia vender o meu produto”, diz.

 

A transformação da frota dos carros de pamonha teve início logo após a repercussão da Spin. Enquanto alguns dos automóveis mais atualizados eram particulares, como a minivan da Chevrolet, os que realmente se apresentaram como a galinha dos ovos de ouro foram os carros por assinatura.

 

“Alguns dos nossos carros são alugados e outros, comprados. Mas hoje a locação para o nosso trabalho é muito mais interessante, porque a gente se livra de despesas como seguro ou manutenções”, revela Henrique.

 

 

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