Quanto valeria R$ 1,00 de hoje na época seu lançamento? Será que valorizou ou o contrário?

Em 29 anos do Plano Real, R$ 1,00 de hoje valeria APENAS R$ 0,12 na época.
A inflação acumulada desde junho de 1994, quando o real foi lançado, é de 677,50%. Para ter o mesmo poder de compra da época, seriam necessários R$ 7,77 para cada R$ 1,00.
Desde o lançamento do Plano Real em 1° de julho de 1994, durante o governo de Itamar Franco, a moeda nacional - desenvolvida para lidar com uma inflação que ultrapassava os 2.000% em um ano - já perdeu muito de seu valor.
Com uma inflação acumulada de 677,50% desde aquela época até maio de 2023, mês da última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atualmente, o R$ 1 de hoje valeria apenas R$ 0,12 na época, aproximadamente.
O poder de compra da população diminuiu consideravelmente nestes 29 anos desde a adoção do real: se hoje alguém quisesse comprar o R$ 1 daquela época, precisaria desembolsar R$ 7,77, de acordo com a calculadora de inflação do Banco Central do Brasil (BC).
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Entenda o que é o ARCABOUÇO FISCAL e qual a sua importância

As novas regras trazem mais flexibilidade na gestão das contas públicas. Entenda o que muda na economia.
O tão esperado arcabouço fiscal veio em substituição ao regime de teto de gastos, vigente desde o governo Temer até o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A palavra arcabouço, que significa “esqueleto” ou “alicerce”, remete à sustentação de normas que darão norte à atuação, nesse caso, da política fiscal brasileira. O anúncio dessas regras foi feito no dia 30 de março pelo atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva de imprensa, junto com a Ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Mas afinal, como o arcabouço fiscal funcionará na prática, e quais os seus reflexos para a economia? Isso afetará de alguma forma os investimentos? Para responder a essas e outras perguntas, elaboramos este guia com os principais aspectos que você precisa conhecer sobre o tema. Portanto, se você também tem dúvidas e quer entender quais os efeitos das novas normas fiscais, continue a leitura a seguir!
O que é arcabouço fiscal?
Na prática, o arcabouço fiscal é um conjunto de regras que têm como objetivo evitar o descontrole das contas públicas. Em outras palavras, a ideia é evitar que o governo gaste mais do que arrecada, o que traria mais previsibilidade às finanças públicas e mais confiança por parte de credores, investidores e agentes econômicos de forma geral.
Teoricamente, com um cenário fiscal mais seguro, haveria espaço para uma queda da taxa Selic. Na economia, juros altos por um período muito prolongado de tempo acabam sendo nocivos à atividade produtiva. Isso porque o dinheiro mais caro impacta negativamente a atividade empresarial, o que pode gerar redução de renda, desemprego, e levar o país a uma recessão em determinadas situações.
Qual a relação do arcabouço fiscal com a dívida pública?
Como vimos, o propósito do arcabouço fiscal é estabelecer formas de controle da dívida pública.
Imagine que os gastos de um país cresçam em uma proporção superior ao PIB (Produto Interno Bruto), e que o governo não dê nenhuma sinalização de que possam ser controlados. Nesse caso, a tendência é de que as finanças públicas passem a despertar insegurança frente aos credores, pois quando se gasta acima da geração de riqueza, teoricamente o risco de calote é maior. Logo, nessa situação, os juros acabam subindo, justamente para compensar o risco de emprestar dinheiro para um governo muito endividado.
No entanto, juros altos encarecem o crédito, o que arrefece a disposição de se investir no setor produtivo do país. Com isso, a moeda local tende a se desvalorizar, o que pode agravar a inflação e, consequentemente, prejudicar o crescimento da economia e o poder aquisitivo da população.
Ou seja, gastos públicos sob controle auxiliam a manter a confiança nos rumos da atividade econômica. No entanto, quando se fala em finanças públicas, há economistas que defendem o aspecto anticíclico da economia, o qual veremos agora.
Política econômica anticíclica
Na economia, um movimento anticíclico, como o próprio nome sugere, significa atuar de forma contrária a um ciclo econômico, para que eventuais desequilíbrios possam ser impedidos ou corrigidos.
Por exemplo, em períodos de prosperidade, com bons níveis de emprego e renda, é natural que haja um aumento na disposição para o consumo. Esse crescimento da demanda leva as empresas a produzirem mais, e, consequentemente, a aumentarem as suas receitas e resultados.
Nessas horas, o governo pode aproveitar a fase de “vacas gordas” para aumentar a carga tributária e fazer uma reserva para períodos que, eventualmente, se mostrem menos aquecidos.
Agora imagine a situação contrária, de atividade desaquecida, retração no consumo e desemprego, por exemplo. É nesse momento que entra a política econômica anticíclica, que permite ao governo gastar mais com estímulos para impulsionar a economia, mantendo o fluxo de bens e dinheiro em circulação.
Ou seja, as reservas feitas no ciclo de expansão serão consumidas quando a população e as empresas precisarem de uma força extra. Conhecer esse caráter anticíclico é importante para entender as mudanças que o novo arcabouço fiscal trouxe em relação ao teto de gastos, conforme veremos a seguir.
Como funciona o novo arcabouço fiscal?
Basicamente, as novas regras fiscais irão atuar em quatro pontos básicos:
1 – Crescimento das despesas atrelado ao aumento das receitas
No antigo teto de gastos, o aumento das despesas públicas de um ano estava condicionado à evolução do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Isso significa que o governo só podia gastar o equivalente à inflação medida no ano anterior.
Já o novo arcabouço fiscal prevê que o aumento de gastos acompanhe a evolução das receitas públicas, até o limite de 70%. Por exemplo, se de um ano para o outro a arrecadação crescer 2%, o governo só poderá gastar 1,4% a mais.
Para chegar no valor que pode gastar no próximo ano, o governo usa como base as receitas primárias líquidas dos últimos 12 meses até junho do ano corrente. Por sua vez, as receitas primárias líquidas (ou não financeiras) são aquelas originadas de tributos, transferências recebidas de outros entes públicos e royalties, por exemplo, deduzidas das transferências obrigatórias a determinados entes.
“Com as regras anteriores, em períodos de recessão era preciso cortar tanto os gastos que isso prejudicava o movimento de recuperação da economia. Os exemplos são muitos, basta ver a quantidade de obras públicas inacabadas que ainda temos. Ou seja, tínhamos um problema tanto na expansão quanto na retração econômica”, explicou Haddad no anúncio do novo arcabouço fiscal.
Para o ministro, fazer as despesas acompanharem a trajetória da receita trará uma trajetória consistente de resultado primário. “Isso amplia o espaço para dar sustentabilidade às contas públicas, mas sem rigidez absoluta, pois as demandas sociais estão aí e precisam ser atendidas, de maneira responsável”, complementou.
Ficam de fora dessa regra os gastos com saúde e educação, que sofreram drásticas reduções nos últimos anos. Essas despesas voltarão a ser reajustadas pelas regras anteriores ao teto de gastos, que previa crescimento de 15% da receita líquida para a saúde, e de 18% para a educação. Inclusive, o fundo da educação básica (Fundeb) e o piso da enfermagem, que já foram aprovados pelo Congresso, também estão de fora das novas normas fiscais.
2 – Existe um teto e um piso para o aumento das despesas
O aumento real das despesas (descontada a inflação) ficará dentro de uma banda que vai de 0,6% a 2,5%, já prevendo um teto e um piso para determinadas situações.
Por exemplo: suponha que, de um ano para outro, o crescimento da receita primária líquida seja de 5%. Pelo cálculo dos 70%, seria permitido ao governo aumentar as despesas em 3,5% (ou seja, 70% de 5%). Porém, o teto do aumento deverá respeitar os 2,5%, justamente para que se possa formar uma reserva para períodos de maior contração na economia.
Por outro lado, se as receitas não crescerem, ou evoluírem de forma pouco expressiva nos 12 meses de referência, pode-se aumentar os gastos públicos em 0,6%. Dessa forma, segundo Haddad, o governo evita situações de rigidez no orçamento, nas quais não consegue lidar com excepcionalidades.
Quanto ao piso de 0,6%, o ministro informou que o percentual foi estabelecido em função de um “crescimento vegetativo” verificado desde a promulgação do antigo teto de gastos. Já em relação ao teto de 2,5%, afirma que a limitação é importante porque esse é justamente o colchão que o governo precisa ter para as fases ruins.
“Isso evita que o Estado se desorganize, sobretudo quando está envolvido o direito do cidadão aos serviços constitucionalmente estabelecidos. Dessa forma, há mais segurança não só para o empresário que quer investir, mas também para as famílias que precisam do apoio do governo”, explica Haddad.
3 – Se a meta não for alcançada, a despesa deverá reduzir mais no ano seguinte
O novo arcabouço fiscal também contempla o compromisso de reduzir o atual déficit fiscal, que é quando as despesas superam as receitas. De acordo com o governo, a proposta visa zerar esse déficit até 2024 e, a partir de 2025, alcançar um superávit fiscal de 0,5% do PIB, obedecendo uma banda de 0,25% para cima e para baixo.
Ou seja, o superávit fiscal deverá ficar entre 0,25% e 0,75% do PIB a partir de 2025. Se isso não acontecer, para o ano seguinte as despesas só poderão aumentar em 50% sobre o crescimento da receita, e não mais 70%.
Antes das novas regras fiscais, a meta de superávit primário era um valor fixo, o que, na opinião de Haddad, não fazia muito sentido. “ Você não crava um número e sai correndo atrás dele com dois dígitos depois da vírgula, como se fazia no Brasil. Em vez disso, acompanha-se uma trajetória, e se as metas não forem atingidas e ficarem aquém da banda, há mecanismos de correção para o ano seguinte”, explicou o ministro.
Piso para os investimentos, com flexibilidade caso as receitas cresçam acima do esperado
A proposta também contempla um piso de cerca de R$ 75 bilhões, corrigidos pela inflação de cada ano, para investimentos. Caso haja uma sobra de recursos superior à banda que vimos anteriormente, esse excedente pode ser utilizado pelo governo para novos investimentos em obras voltadas à população.
Haverá aumento de impostos?
No comunicado à imprensa, Haddad deixou claro que a prioridade do governo não é o corte de gastos, mas sim o aumento da arrecadação tributária. No entanto, afirmou que novos impostos ou majoração de alíquotas dos já existentes não estão no horizonte do governo.
“Não estamos pensando em CPMF, em acabar com o Simples, ou em reonerar folha de pagamento. O que ocorre é que temos muitos setores que foram demasiadamente favorecidos com regras estabelecidas ao longo de décadas, e que não foram revistas por nenhum controle de resultado. Muitas dessas regras caducaram do ponto de vista de eficiência e precisam ser revogadas. Ao longo do ano, nós encaminharemos as medidas saneadoras que darão consistência ao resultado previsto neste anúncio”, pontuou Haddad.
Ainda não há uma definição clara de quais setores são esses. Nos últimos tempos, um dos que entrou na mira da regulamentação foi o de apostas eletrônicas, o que, consequentemente, o incluiria na base tributária.
Outra medida prevista pelo governo é a mudança na tributação de fundos exclusivos de investidores. Há tempos, a Receita Federal defende essa mudança, que já teve algumas tentativas frustradas em governos anteriores.
“Se quem não paga impostos começar a pagar, todos nós pagaremos menos juros. Mas, para que isso aconteça, quem está fora do sistema tributário precisa vir para dentro dele”, afirmou o ministro da Fazenda.
Quando começam a valer as novas regras fiscais?
Na coletiva de 30 de março, Haddad disse que ainda era preciso concluir o texto do novo arcabouço fiscal. Mas a expectativa é de que o projeto seja encaminhado ao Congresso ainda nos primeiros dias de abril.
A princípio, a matéria deve começar a tramitar como um projeto de lei complementar na Câmara dos Deputados, que necessita de aprovação por maioria absoluta. Isso corresponde ao voto favorável de 41 senadores e 257 deputados federais.
Em relação ao prazo, não existe uma data certa para a votação do texto. Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), pelo fato de a proposta ter sido bem aceita até mesmo pela oposição, a expectativa é de uma tramitação rápida. Nesse sentido, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que “o espírito na Casa é de colaboração”.
Existe também a possibilidade de o plenário aprovar a tramitação do projeto em regime de urgência, o que depende de um acordo entre as lideranças. Ou mesmo o presidente Lula pode solicitar urgência e, nesse caso, a proposta deverá ser votada em 45 dias. Caso contrário, passaria a bloquear a pauta da Câmara ou do Senado, dependendo de onde estivesse no final desse prazo.
Depois de a Câmara avaliar um projeto de lei complementar, ele vai para apreciação do Senado. Se não houver nenhuma mudança, o texto segue para sanção do presidente da República.
Porém, se os senadores modificarem o texto, é preciso que o projeto retorne à Câmara para que os deputados avaliem se concordam ou não com as alterações. Nesse caso, somente depois de uma nova votação é que o projeto é encaminhado para sanção do chefe do Executivo.
Quais investimentos podem ser afetados por mudanças no arcabouço fiscal?
Em relação ao mercado de capitais, Gabriel Maksoud, CEO da DOM Investimentos, acredita que as novas regras fiscais poderiam favorecer primeiramente as ações ligadas ao varejo, construção civil e outras associadas à economia doméstica.
Isso porque, com as expectativas de inflação ancoradas, é provável que o dólar caia e a inflação projetada fique mais próxima da meta. “Dessa forma, o Banco Central poderia começar a baixar os juros, o que impactaria positivamente o mercado como um todo”, avalia.
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É possível ter uma moeda única na América Latina?

Inflação e a especulação assolam as moedas latino-americanas, trazendo à tona discussão sobre uma moeda única na região. Ideia é defendida por Lula. Mas será que poderia funcionar?
Para Luiz Inácio Lula da Silva, trata-se da independência de toda a região: "se Deus quiser, vamos criar uma moeda na América Latina, porque não tem esse negócio de ficar dependendo do dólar", disse o ex-presidente brasileiro no início de maio.
Resta saber se isso foi apenas uma tentativa de definir um tema na agenda da campanha eleitoral antecipada ou se Lula está realmente levando a ideia a sério.
Seja como for, a declaração gerou debate. O portal de negócios argentino El Destape perguntou: "Uma moeda única para toda a América Latina - isso é possível?".
Uma moeda chamada "Sur"
A ideia não é inteiramente nova. Fernando Haddad, candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018 e atualmente pré-candidato ao governo de São Paulo, já havia levantado a questão de uma moeda única na América do Sul.
Em abril, o ex-prefeito da capital paulista e o economista Gabriel Galípolo trouxeram à tona novamente o tema em um artigo publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Haddad e Galípolo sugeriram até mesmo um nome para a moeda digital sul-americana: "SUR", que significa "sul" em espanhol, o idioma da maioria dos países da região.
Caminho não é fácil
A ideia de uma moeda única é fácil de formular, mas o caminho para ela é mais difícil. Jacques D'Adesky, da Universidade Federal Fluminense, aponta como obstáculo as diferenças e rivalidades históricas existentes, por exemplo, entre Brasil e Argentina.
"A formação de uma zona de moeda única exigiria inicialmente muitas negociações entre os futuros parceiros", disse D'Adesky à DW, reforçando que tal processo levaria anos.
O economista Leandro Dias, do banco AkinTec, de São Paulo, prefere esperar para ver se a ideia sobreviverá à atual campanha eleitoral.
Para ele, porém, em princípio, o espaço econômico do Mercosul já contribuiu para que a região trabalhasse mais em conjunto.
Atualmente, no entanto, "a maioria dos países ainda quer manter sua soberania e independência econômica", destaca Dias.
Uma moeda única sul-americana, para Haddad, visa melhorar o comércio e integrar ainda mais os países da região. De acordo com a proposta do petista, ela deve ser apoiada por um banco central sul-americano como moeda digital. Para dar o primeiro passo nessa direção, no entanto, é necessária uma declaração de intenções de vários governos para que as negociações possam começar.
Euro como modelo
A introdução de uma moeda latino-americana única teria também uma dimensão política, semelhante à do euro na Europa. A América Latina - ou a América do Sul - se aproximaria econômica e socialmente e seria vista como uma única área econômica.
O "SUR" proposto por Haddad seria, então, um precursor de um desenvolvimento político que poderia, eventualmente, levar a uma União Latino-Americana ou aos "Estados Unidos da América Latina".
Será um delírio? Ou em um futuro próximo, poderíamos dizer que isso pode se tornar realidade!??
Energia solar: consumidor pode economizar mesmo sem ter placas

Moradores de apartamento ou casa sem espaço no telhado para painéis podem contratar usina e pagar até 20% menos na conta.
O investimento em energia solar não é apenas uma boa ação ambiental, é também a certeza de economia para todos os consumidores que buscarem empresas confiáveis do setor. Além de reduzir em até 95% a conta de luz, a despesa para instalação, bem menos salgada que no passado, é abatida em cinco anos em média.
Mesmo quem não tem telhado com bom espaço livre ou mora em apartamento pode se beneficiar da energia solar alugando a eletricidade de uma usina local.
Segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o Brasil atingiu a marca de 10 gigawatts de capacidade operacional em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos do país. O número, difícil de entender, representa 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo.
Adesão a energia solar cresce 44% impulsionada por conta de luz alta
Hoje, 700 mil consumidores do país usam o sol para gerar sua própria eletricidade (com 6,3 gigawatts produzidos). É gente que ajuda o meio ambiente com uma matriz limpa e ainda pagava pouco todo mês na conta de luz.
A opção, não à toa, teve um boom em 2021, com a queda nas chuvas, o temor de racionamento e o encarecimento da energia, com as sucessivas bandeiras tarifárias. A Absolar, em levantamento de julho de 2021, apontava um aumento de 117% na procura por projetos de energia solar.
Quem não tem telhado para pôr as placas ou não quer pagar o valor inicial da montagem, pode ainda dar uma mão à natureza contratando empresas que captam a luz solar e a colocam no sistema da distribuidora local.
Como fazer? Procure uma produtora próxima e a contrate pelo período que desejar. A redução na conta, nesse caso, fica entre 10% e 15%, mas o estímulo à energia renovável é o mesmo.
Alexandre Bueno, um historiador formado na USP (Universidade de São Paulo) que se interessou pela causa, investiu com alguns sócios na criação de uma usina com placas fotovoltaicas no interior de São Paulo, em 2017.
Quatro anos depois a Sun Mobi tem duas usinas, uma em Porto Feliz e outra em Araçoiaba da Serra, cidade próxima a Sorocaba. Hoje, 80% dos clientes são residenciais e 20%, corporativos, Na quantidade de eletricidade entregue, o percentual se inverte: quatro quintos vão para as empresas.
Bueno observa que 75% das edificações não têm como instalar os painéis e algumas residências não possuem as condições mínimas para gerar energia. Sombra demais e locais com muita chuva são itens que pesam contra a capacidade de produção, mas não a inviabilizam .
.Nesse nicho dos não aprovados entra a Sun Mobi.
"Com o custo atual da energia elétrica, não há porque descartar essa opção, por meio da instalação do sistema ou por contrato. Esse cliente vai ter um produto mais barato e ficar fora das bandeiras tarifárias, que estão levando as contas às alturas", diz o empresário.
Segundo ele, quem fecha com sua companhia garante redução de pelo menos 10% na conta mensal e pode encerrar o fornecimento a qualquer momento, sem taxa de adesão ou prazo de fidelidade. "Nosso objetivo é fornecer um serviço similar ao da TV a cabo. Você assina, acompanha o monitoramente em tempo real de todos os gastos e sai quando quiser. Tudo bem prático e positivo não só para o cliente como para o meio ambiente."
João Albino, de 58 anos, instalou há seis meses as placas no teto de sua casa, na cidade de São Paulo. E só tem elogios ao sistema.
Ele é um gaúcho — "gremista", enfatiza — que atuou 40 anos no setor bancário e hoje é sócio de uma empresa de investimentos.
E como alguém do frio Rio Grande do Sul que mora em São Paulo, acostumado ao tradicional setor de finanças, poderia pensar em energia solar? A culpa é da nova geração, que já nasce preocupada com questões ambientais.
"Foi meu filho, que tem 14 anos, que me cobrou. Fico muito orgulhoso de ver que os mais novos têm essa mentalidade", comenta.
Albino pensou mais na natureza do que no seu bolso, mas não tem do que reclamar em relação a nenhum desses aspectos.
"Eu pagava R$ 1.200 em média na conta de luz e hoje vem só a tarifa mínima, de menos de R$ 200. Para mim, não tem o que pensar. Nos meses em que gasto menos do que produzo, esse excesso vira crédito e posso aproveitar em um período que, por algum motivo, precise usar mais."
O crédito também é utilizado no período noturno, todos os dias. Assim, se os paineis geram 10 kilowatts de manhã e à tarde e o morador usa apenas 7, o restante (3) fica para o gasto à noite. No fim do mês, calcula-se quanto foi fabricado e o quanto foi utilizado: se houver sobra, ela pode ser usada em meses posteriores; se se gastou mais do que produziu, a diferença é paga com a tarifa normal da concessionária.
O que convenceu João Albino definitivamente a colocar os equipamentos no alto de sua casa, em um condomínio da zona sul da capital paulista, foi a seriedade dos técnicos da empresa escolhida, a Portal Solar.
"Eles vieram aqui, definiram quantas placas seriam necessárias e disseram exatamente os custos que eu teria. Um vizinho meu também quis fazer, mas, no caso dele, havia bastante árvore fazendo sombra no telhado e não foi possível. Achei isso muito correto, não queriam apenas vender o sistema."
A análise inicial é feita em cima dos gastos dos últimos doze meses na casa e inclui um questionamento sobre o que o consumidor pretende fazer futuramente e que pode ter impacto no uso de energia. Se quer ter um filho, por exemplo, ou comprar outros equipamentos, talvez seja aconselhado a ampliar a geração.
Rodolfo Meyer é proprietário da Portal Solar. Além de empresário do setor é um ativista. "Se for contratar alguém procure empresas confiáveis, que vão tirar todas as dúvidas e garantir que, se for bem feito, o projeto só tem pontos positivos."
"Todo consumidor pode aproveitar a energia solar de alguma forma. É certamente a melhor maneira e mais rápida de reduzir o consumo de energia no país", comenta Meyer.
Ele explica que o preço para instalar as placas caiu muito nos últimos anos e mesmo os valores atuais podem ser obtidos via financiamento bancário.
"Além de haver várias linhas de crédito dos bancos para energia solar, o consumidor tem que pensar que o retorno é rápido e que em pelo menos 80% dos casos, a parcela do financiamento sai mais barata do que a conta de luz que ele paga."
Meyer diz que o projeto mais comum no país é o de clientes que pensam em instalar os paineis para fugir de contas de R$ 500 menais. "Nesse caso, sai em torno de R$ 25 mil a instalação e o consumidor pode parcelar esse preço em até 60 vezes."
O empresário acrescenta que a cada ano a energia fica mais cara no Brasil, o que serve como um estímulo à produção solar. "Depois de cinco, seis anos, esse sistema é seu. Ele já se pagou e você vai ter eletricidade praticamente de graça por até 21 a 25 anos, quando é preciso trocar as placas."
A conta de luz só não é totalmente zerada porque as distribuidoras cobram pequenas tarifas de todos os consumidores, como a de uso da rede ou de iluminação pública.
Rodolfo Meyer reforça a necessidade de difusão dessa alternativa para a matriz energética nacional.
"A queda no preço do equipamento por causa do desenvolvimento tecnológico foi de 90% nos últimos dez anos e a eficiência média por metro quadrado aumentou quase 50%. Não há mais razão para não aderir", afirma.
Ele aproveita para desfazer um equívoco que serve para desestimular moradores de regiões frias do país. "Mesmo em locais como a região Sul é viável a instalação. Existe uma lenda urbana de que o painel solar só funciona com a luz do sol. Não é vedade, ele produz com a radiação. Assim com quem vai à praia e sai queimado, a placa capta a energia mesmo sem a luminosidade."
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Roubini, o "Doutor Catástrofe", faz alerta sobre novo estouro da bolha

Economista que previu a crise financeira de 2008 diz que há 'espuma e bolhas' no mercado e que alguns players que se alavancaram demais vão acabar explodindo.
Investidores com alguma memória vão se lembrar: há mais de 15 anos, o economista Nouriel Roubini foi um dos primeiros a alertar para a alta excessiva e descolada de fundamentos dos preços dos imóveis nos Estados Unidos. O estouro da bolha do subprime levou à crise financeira global de 2008, a maior desde a Grande Depressão de 1929.
As previsões sombrias — ou realistas — lhe renderam o apelido nada lisonjeiro de "Doutor Catástrofe", ou "Doctor Doom". Mas Roubini ganhou ainda mais respeito e reputação entre seus pares e analistas de mercado, especialmente naqueles momentos em que investidores só enxergam a euforia, deixando de lado fundamentos (ou a ausência deles).
Nesta terça-feira, 6, Roubini voltou a ganhar as manchetes do noticiário econômico-financeiro com declarações dadas em entrevista à Bloomberg TV: "Estamos vendo espuma, bolhas, tomada de risco e alavancagem generalizadas”, disse Roubini. “Muitos players se alavancaram demais e assumiram muito risco, e alguns vão explodir", completou.
Roubini, que é professor da Stern School of Business da Universidade de Nova York, avaliou o cenário que, segundo ele, tem levado investidores a assumir riscos de forma excessiva e até imprudente: um ambiente que combina taxas de juro próximas a zero ou até negativa no mundo desenvolvido e estímulos fiscais sem precedentes.
Como consequência, os múltiplos de preço-lucro (PL) ajustados ciclicamente nas bolsas americanas estão em patamares só vistos antes da Depressão de 1929 e do Estouro da Bolha das empresas de tecnologia nos anos 2000.
Para o economista, episódios como o das perdas bilionárias provocadas pelo fundo hedge Archegos Capital em bancos como o Credit Suisse e o Nomura, cujo caso veio a público na semana passada, podem se repetir entre outros fundos e family offices caso os rendimentos do títulos americanos de dez anos superem o patamar de 2% ao ano.
A taxa está nesta semana na casa de 1,70%, mas há quem aposte no mercado que vai atingir os 2% nos próximos meses.
O fundo Archegos Capital não conseguiu atender à chamada de margem de algumas de suas operações, levando à liquidação antecipada de posições em mais de 20 bilhões de dólares em ações de empresas como a Viacom e a Baidu.
As vendas forçadas da Archegos são consequência das chamadas de margem, as margin calls. A margem é o valor exigido como garantia em operações altamente alavancadas, e a chamada de margem acontece quando a utilização desse valor atinge um limite, forçando o investidor a colocar mais dinheiro para cobrir o risco do investimento.
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